> Uma das faculdades que dou aula está oferecendo um novo curso em sua grade: Jornalismo. Não por coincidência, o curso voltou a ser oferecido depois da minha chegada à instituição, o que me deixou feliz e empolgado.
Mas um curso ser oferecido não significa que ele será aberto, portanto a divulgação dele deve ser eficiente. Aproveitei minha paixão pelo jornalismo, minha empolgação pela abertura desse curso e os mais de 80 alunos de Publicidade e Propaganda que tiveram aulas comigo no semestre passado para tentar algo: criar uma campanha para divulgar o curso de Jornalismo no UniAnchieta.
Câmbio!
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Eu tinha acabado de voltar de um trabalho de férias que fiz no Canadá e as coisas estavam de pernas para o ar na minha vida profissional. A começar com o recém emprego no Colégio Domus Sapiens, que havia aberto suas portas para mim depois de eu ter sido demitido do outro colégio que eu trabalhava (inclusive é uma ótima história que um dia eu conto aqui). Já no ensino superior, a Unifaccamp - faculdade que me formei e que dou aulas nos cursos de Comunicação há mais de 12 anos -, assustou todo mundo quando os alunos do meu curso tentaram fazer rematrícula e receberam um "seu curso não existe mais".
A alegria do novo emprego contrastou com o fim iminente do curso de Comunicação Social que faz parte da minha vida há quase duas décadas (como aluno e professor). Não vou me alongar muito, pois só essa história merece um texto só para ela (sim, aqui vai outra promessa de texto, me cobre). Mas o que dá para contar é o seguinte: a Unifaccamp foi vendida para um grupo educacional, esse grupo viu que os cursos de Comunicação (Jornalismo, Publicidade e Propaganda e Rádio, TV e Internet) não tinham alunos o suficiente para se sustentar, decidiram encerrar as atividades do curso sem aviso prévio e gerou desespero nos professore e alunos.
Felizmente a decisão foi revertida e os cursos continuaram vivos, mas respirando com ajuda de aparelhos, pois Jornalismo e Rádio, TV e Internet não seriam mais oferecidos, se mantendo ativos só até os alunos se formarem, e Publicidade e Propaganda seria a única mantida no cardápio da faculdade. Mesmo assim, eu estava preocupado, pois meus alunos de jornalismo estavam no sexto semestre e só faltavam dois para terminarem. Depois disso, o curso que me formou e me recebeu como professor estaria fadado ao fim.
Quando eu estava pensando em me lamentar, recebi um recado no meu celular. Era o coordenador dos cursos de Comunicação Social do UniAnchieta - a maior faculdade da região de Jundiaí - com uma pergunta muito direta: "Tem interesse em dar aulas aqui?". Na ocasião fui indicado por um professor que deixaria suas disciplinas para se dedicar a outras frentes na faculdade mesmo. Aceitei pensando comigo mesmo que Deus estava tentando se exibir para mim fazendo as coisas acontecerem no timing perfeito.
Isso que eu narrei nesses quatro primeiros parágrafos aconteceu entre dois dias. No terceiro eu já estava fazendo uma série de testes no UniAnchieta e, um dia depois, já estaria confirmado como o novo professor da casa. Iniciei dando aulas nos cursos de Publicidade e Propaganda e Produção Multimídia. Fiquei feliz, óbvio, mas algo me deixaria mais satisfeito: lecionar no curso de Jornalismo.
A questão é que não havia esse curso na faculdade, mas estava nascendo ali uma oportunidade. Meu coordenador, Antônio Valini, é um cara muito sagaz - e nem me venha dizer que estou puxando o saco dele, é capaz de ele nunca ler esse texto -, pois percebeu o óbvio: se a maior concorrente está fechando o curso de Jornalismo, era a chance perfeita para oferecê-lo sem concorrência nenhuma. É certo que ele não precisaria do meu pedido, mas eu o fiz mesmo assim. "Professor, vamos tentar abrir jornalismo?" e em menos de duas semanas ele estava com o curso montado (ementas, bibliografia, grade curricular e toda a burocracia envolvida).
Depois de tê-lo ajudado com a bibliografia de algumas disciplinas, eu fiquei muito empolgado com a grade curricular, afinal ele montou um curso completamente oxigenado e antenado com as novas tendências. Os alunos que ingressarem seriam muito beneficiados. Mas para entrarem alunos, é preciso que eles saibam que o curso existe.
Não estou aqui dizendo que o setor de marketing da faculdade não seja eficiente, longe disso. Acho inclusive que é muito bom e assertivo na comunicação com a comunidade e potenciais alunos. E nem estou dizendo isso porque alguns de meus alunos fazem parte desse setor, é porque genuinamente acho bom mesmo. Mas, por amor ao Jornalismo e por querer muito que o curso fosse aberto, eu achava que ele merecia uma campanha exclusiva. Foi aí que eu tive uma ideia.
"Professor, o que o senhor acha de um trabalho envolvendo minhas duas disciplinas de PP no qual os alunos tenham que fazer uma campanha para divulgar o curso de Jornalismo? Podemos escolher a melhor campanha para ser usada pelo marketing do UniAncheta. Que tal?", perguntei para o meu coordenador. Ele aceitou na hora e ainda sugeriu que as apresentações fossem feitas para um corpo de jurados formado por ele, um professor (o mesmo que me indicou) e a diretora de graduação para ajudar nessa escolha.
Os mais de 80 alunos do 4º semestre de Publicidade e Propaganda amaram a proposta e se engajaram por quase dois meses nesse projeto que envolvia as disciplinas de Estética e Cultura Visual e Comunicação, Linguagem e Sentido. Já que são disciplinas que conversam muito por causa da base semiótica, consegui unir todo o conhecimento teórico que eles haviam adquirido para aplicá-lo na prática com essa campanha.
Foram dois dias de apresentações. O negócio foi tão grandioso que no primeiro dia elas foram feitas no Hub da faculdade (espaço exclusivo para apresentações formais para a comunidade acadêmica) e o segundo no anfiteatro. A cada apresentação, eu ficava mais orgulhoso de ver o desenvolvimento dos alunos e em como eles haviam comprado a ideia de ter um curso de Jornalismo na casa. Muitas campanhas interessantíssimas dificultaram a escolha de uma vencedora. Tão difícil que escolhemos duas.
Um dos grupos (formado pelos alunos: Evandro Morgado, Felipe Busato, Giulio Vinnicius, João Thome, João Tochetto, Thiago Alexandre e Vinicius Natan) trouxe um conceito ótimo de mostrar como o Jornalismo é importante para contar histórias que importam, dando à profissão a importância que sempre teve: a de ser a curadora oficial das notícias, ou seja, a responsável por dizer qual fato vale a pena ganhar destaque para ser apurado e noticiado.
Abaixo, parte da apresentação do conceito apresentado pelo grupo, com destaque para a peça do Story que foi utilizada no perfil oficial da faculdade:
Já o outro grupo (formado pelas alunas: Isabela Oliveira Pessoa, Juliana Sato, Luiza Ferreira Dias e Marcela Spindola Frederico) apresentou uma estética que nos agradou bastante. Utilizando as cores do UniAnchieta, eles conseguiram mostrar com o amarelo e o azul que Jornalismo é uma prática que precisa ser feita durante o dia e a noite, pois os fatos importantes não escolhem hora para acontecer. Além disso, utilizaram elementos que indicam uma rede de conexões, base primordial para um bom jornalismo.
Abaixo, as peças desenvolvidas pelo grupo e que foram utilizadas no feed do perfil oficial da faculdade:
Hoje, sexta-feira (17), a campanha desses dois grupos foi ao ar nos canais oficiais do UniAnchieta e eu estou duplamente feliz. Primeiro porque se trata dos meus alunos vencendo! Imagina você ter em seu portfólio uma campanha utilizada oficialmente pela faculdade que você estuda? Segundo porque estamos falando do curso que eu amo: Jornalismo. Vai ser muito legal se esse curso abrir turma e eu saber que isso aconteceu graças ao trabalho que meus alunos realizaram em minhas disciplinas. Histórico!
E enquanto eu escrevia esse texto, a diretora de graduação pediu o contato de uma aluna que apresentou um vídeo muito criativo com o seu grupo para esse mesmo projeto de divulgar o curso de Jornalismo. O vídeo foi tão bem narrado que a direção quer que a aluna empreste sua voz para outros vídeos oficiais da faculdade. É isso... aluno vence, professor fica feliz.
E se você é de Jundiaí e região, quiser saber mais sobre esse curso de Jornalismo e, eventualmente, ter aulas comigo, clique aqui.
Isso não foi uma "publi".
Câmbio, desligo!
Conhecimento é conquista.
-FS
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