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Foto do escritorFelipe Schadt

Se prepare para a guerra (de novo)

Atualizado: 30 de out. de 2018


Imagem: Reprodução/Internet

Parece que teremos Bolso e Haddad no segundo turno das eleições. Dois extremos que representam uma guerra que se instalou no Brasil em outubro de 2014 pós-vitória de Dilma. Um dos dois vai vencer, mas acredite em mim, ninguém ganhará com isso.

Tanto os bolsonaristas quanto os petistas são duas faces da mesma moeda. Eles defendem com unhas e dentes suas ideias e seus líderes usando do amor e do ódio como arma e armadura.

O que eu mais temia para essas eleições está preste a acontecer. O voto não será mais baseado na razão. Será puramente amor e ódio na hora de digitar os números dos candidatos. Isso é um perigo imenso.


De um lado, a turma do Bolso. Essa galera vai receber apoio do resto do país que, como eles, odeiam o PT e tudo que o partido do Barba representa. Já vi por aqui professores declararem que irão votar no Jairzinho se do outro lado tiver a estrela do partido dos trabalhadores. "Essa corja petista nunca mais". "Poderia ser o Papa o candidato do PT, mas neles eu não voto nunca mais".


Do outro lado, a galera do Barba. Essa turminha do barulho também vai receber apoio, mas um apoio de pessoas que não podem ouvir Bolsonaro que já sentem asco. "Qualquer um é melhor que o coiso", é a frase mais lida por mim nesses últimos dias e que sempre é seguida do já famoso #EleNão.


Muito bem. O voto racional vai pra lata do lixo e a única coisa que sobra é o voto sentimental. E como eu já disse aqui em um dos meus textos, sentimento é subjetivo e não existe sentimento certo ou sentimento errado. Como julgar o amor que um tem pelo Bolso e outro tem pelo Barba? É sentimento, meu irmão. A única coisa errada aqui é votar usando amor e ódio como desculpa.


Tanto os bolsonaristas quanto os petistas são duas faces da mesma moeda. Eles defendem com unhas e dentes suas ideias e seus líderes usando do amor e do ódio como arma e armadura. O discurso entre os dois são claramente antagônicos, mas a forma como são defendidos é praticamente a mesma: pela emoção.


Aí, o segundo turno vai ser aquela guerra de torcidas. Quem ganhar será por muito pouco. Por enquanto, empate entre Jair e Fernando num eventual segundo turno (1). Qualquer um que vença não terá paz para governar, pois a outra metade não vai deixar. E aí que todo mundo perde.


Eu não sei você, caro leitor, mas eu não aguento mais essa polarização imbecil. A esquerda está perdendo a chance de mudar essa conjuntura. O PT está sendo arrogante em não querer largar o osso de jeito nenhum. Se eles fossem sensíveis mesmo aos problemas do país e ao risco que o candidato do PSL representa para os próximos quatro anos, teriam dado apoio ao Ciro Gomes (candidato com menor índice de rejeição) e criado uma chapa verdadeiramente unida e forte baseada nas ideias e na razão. Mas não, preferiram se autoproclamar a única via possível à esquerda, ao ponto de deixarem a impressão de que ou é PT ou nada.


O ódio ao PT vai fazer o Bolso ser presidente dessa nação. Olha aí o sentimento decidindo uma questão que deveria ser totalmente racional. Quem vota no Bolso não vota com racionalidade, pois se pensassem um pouquinho veriam que ele é fraco e completamente despreparado. O voto ao Jair é ou por amor a ele ou por ódio ao outro. E adivinhem, os petistas estão fazendo o mesmo, pois está muito claro para a esquerda que o voto racional é no Ciro.


Vou ser massacrado por muito petista. Eu sei. Como eu disse, eles usam a mesma emoção que os bolsonaristas para defender suas pautas. Não os julgo. Repito, não dá pra julgar amor e ódio.


Nesse oceano de sentimentos, a reflexão é uma ilha.


Conhecimento é Conquista -FS


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