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  • Foto do escritorFelipe Schadt

Estou ansioso por um tweet do presidente - #TweetaJair


Imagem: Internet

E parece que a máxima tupiniquim de que o ano só começa depois do carnaval está funcionado. Depois de quase um ano sem nenhuma resposta, a polícia decretou prisão de dois Policiais Militares, um deles reformado e o outro expulso da corporação, pelo assassinato da Vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Até agora, nenhuma palavra do nosso presidente sobre o caso. Nem um mísero tweet.


Um dos detidos, o policial reformado Ronnie Lessa, 48, foi preso no condomínio onde morava, na Barra da Tijuca, mesmo condomínio que o presidente da República possui uma casa (1). Já o outro, Élcio Vieira de Queiroz, 46, tem uma foto em seu perfil em uma rede social no qual está abraçando Jair Bolsonaro (foto). Além da proximidade com o chefe do executivo, os ex-PMs tem outra coisa em comum: são milicianos (2).



Élcio Queiroz e o presidente Jair Bolsonaro (Foto: Reprodução)

A milícia já foi homenageada por Flávio Bolsonaro em 2003 e 2004 na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. Segundo o Jornal O Globo, o filho do presidente “sempre teve ligação estreita com policiais militares”. Dois dos homenageados na época, Adriano Magalhães da Nóbrega, ex-capitão do BOPE e Ronald Paulo Alves Pereira, Major da PM, foram presos acusados de participaram do “Escritório do Crime”, um grupo de extermínio que estaria envolvido no assassinato de Marielle e Anderson (3).


Lembra do Queiroz, o motorista e ex-assessor do filho do presidente que movimentou R$ 7 milhões de reais em três anos e fez depósitos suspeitos na conta do, hoje, senador Flávio Bolsonaro (4)? Quando estava sendo procurado para esclarecimentos, Fabrício Queiroz, se escondeu na comunidade de Rio das Pedras, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. É nessa comunidade que o famigerado “Escritório do Crime” funciona (5).


Fabrício Queiroz tinha uma ligação muito próxima com Flávio. Tão próxima que teve parte da sua família empregada pelo senador do PSL. A sua esposa, Márcia Aguiar, e duas filhas, Nathália e Evelyn, foram empregadas pelo senador eleito (6). Além delas, Raimunda Veras Magalhães, mãe do ex-capitão do BOPE Adriano Magalhães da Nóbrega – aquele que foi homenageado por Flávio e preso por estar envolvido com milícia – aparece em relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) como uma das pessoas que fizeram depósitos para Fabrício Queiroz (7).


Se isso ainda não é suficiente para provar a ligação dos Bolsonaros com a milícia, talvez isso aqui seja. Em 2007, Flávio Bolsonaro, então vereador do Rio de Janeiro, votou contra a instalação da CPI das milícias, que visava investigar a ação desses grupos nas comunidades cariocas. Além disso, ele quis legalizar a atividade miliciana no Rio (8).


Nosso presidente tem uma média de seis tweets por dia. É só ir na conta dele no Twitter e contar você mesmo. Uma das suas marcas registradas são as mensagens de indignação contra tudo que fere a moral e os bons costumes, vide a mais polêmica delas no qual ele denuncia atos obscenos no carnaval de rua. Sendo assim, tão preocupado com questões que ferem os valores nacionais e tão ativo nas redes sociais eu me pergunto: vai ter tweet sobre os PMs presos no caso Marielle Franco? Jair Bolsonaro vai ajudar nas investigações dando detalhes do comportamento do seu ex-vizinho? O presidente vai usar seu Twitter para mostrar a sua indignação sobre o assassinato de uma parlamentar? Teremos alguma postagem do chefe do executivo execrando as milícias assim como fez com o carnaval? Será que Bolsonaro vai xingar muito no Twitter?


Eu estou ansioso para saber. Já até estou seguindo nosso presidente na rede social do passarinho azul. É melhor já ir tweetando.

Conhecimento é Conquista -FS

Fontes:

(1): https://goo.gl/QCRJRS

(2): https://goo.gl/TMdgP1

(3): https://goo.gl/KXRVTd


(4): https://goo.gl/ZQBKBo


(5): https://goo.gl/EjFZjN


(6): https://goo.gl/XtNgtv


(7): https://goo.gl/6koizg


(8): https://goo.gl/aQ5NrE


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